quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Viajante

Transporto-me pelo mundo,
Levo-me por pequenos becos.
Uns sem saída aparente,
Onde habitam os desalentos,
Outros de um só sentido
Onde na sombra das pedras
Vou deixando os meus lamentos.
E sigo assim viajante
Em caminhos por andar,
Como se a estrada acabasse
Antes de eu lá chegar.

Tanta estrada, tanto musgo
Tanta terra por pisar,
Tantos sonhos esquecidos,
Tanto caminho pr’ andar!
Tantas sementes de esperança
Em terra infértil lançadas,
Tantas pálpebras descidas,
Tantas lágrimas espalhadas.
Tantas ausências e perdas
Tanta saudade, Deus meu,
Tanta noite e tantas luas
Tanto amor que se perdeu.

E sigo assim viajante,
Em caminhos por andar,
Como se a estrada acabasse
Antes de eu lá chegar!


ana claudia albergaria

1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Olá Ana C.; obrigada pela visita lá em casa e pelas palavras.
Quanto ao seu poema, Obrigada também; GOSTEI, muito.
E devo dize-lhe que muita vez me sinto assim também.
Beijos

Maria Mamede