quarta-feira, 17 de março de 2010

São apenas mãos...








São apenas mãos…
Que se abrem e se fecham
A toda a hora;
Se apertam e se tocam
Se adoram…
Se odeiam e se matam
Sem razão.
São apenas mãos…
Que criam e se aninham
Nos regaços,
De mães, irmãos, amigos
Nos cansaços,
De quem leva no peito
Uma ilusão.
São apenas mãos…
Que escrevem os poemas
Mais sentidos,
Se unem por amor,
Abrem caminhos;
E se afastam
Para trilhos já perdidos.
São apenas mãos…
Que se erguem em busca
Do perdão;
Quando o peito reza
E pede a Deus sua mão.
São as nossas mãos…
Que constroem
O mundo á nossa volta
Nos colocam bem no centro
Do universo,
e nos lançam
Assim na solidão.


ana claudia albergaria

domingo, 7 de março de 2010

Sessão de Poesia - Vozes da alma...




Integrado na organização da exposição de pintura “De cor e alma...” e porque a alma se expressa também pela voz dos nossos poetas…“vozes da alma” pretende ser um tempo de leitura e interpretação de poemas, seleccionados e interpretados por um grupo de amigos amantes da poesia. Estão todos convidados a partilhar connosco estes momentos, no Piano Bar do Clube Literário do Porto,na Rua Nova da Alfândega, nr.22, no dia 24 de Abril de 2010, entre as 16.00h e as 18.30h.

Exposição de Pintura - De Cor e Alma...



Despretensiosamente o branco deixa-se povoar…
pelos tons e movimentos desregrados de quem é livre
para preencher um espaço aberto e iniciar uma viagem
pelo infinito de possibilidades.
Não procuremos a realidade… essa não existe aqui!
Aqui apenas existe o sonho
de quem se entrega … de cor e alma!

sábado, 6 de março de 2010

Amar até morrer


















Num vale verdejante
Me encontro,
Aí, onde as flores teimam em nascer
No fim de uma primavera por viver.
De um lado a montanha do passado,
Do outro a montanha por escrever.
De um lado os olhos de água a falecer,
Do outro um coração redescoberto
Por sonhos que jamais pode perder.
Não vou descer ao rio que em mim corre,
Não vou voltar a em mim anoitecer,
A lua chama alto os que alto gritam,
O sol aquece a quem se faz render.
Não vou fazer deste vale o meu asilo,
Não vou esperar a terra envelhecer,
Vou plantar,com as duas mãos,
os meus desejos,
Escavar a terra fundo até meu ser,
E aí abandonar todos os medos,
E ver daí nascer a outra montanha,
Para nela te amar até morrer!

Ana Cláudia Albergaria