domingo, 18 de novembro de 2012

IMORTALIDADE


Imortalidade




Corpo finito tecido a carne mortal,

Frágil ser que não é sem mim!

Limite onde me sinto contornos.

Pedra em movimento

...Polida pelo tempo

Que vai sendo pó,

Pó , apenas pó…

E eu toda eu,

Luz e escuridão

Paz e guerra

Ceu e chão

Coragem e medo

Saúde e dor

Amor… desamor

Abraço e solidão.

E eu neste corpo na estrada,

Conduzido por mim,

Rumo ao nada!

E eu toda eu

Amanhã infinito

Eterna caminhada!



Ana Homem Albergaria


sexta-feira, 11 de maio de 2012


 
 
Não te movas


O pensamento precisa voar…

Fixa o teu olhar

No ponto de encontro com o teu limite.

Fica aí! Nessa estática liberdade!

Quanto do teu mundo espera por essa pausa?

Por esse olhar sem pressa num futuro disperso?

Por esse rosto sem alegria nem dor?

Sentir -te apenas… ser universo!

Fica aí…

Nesse tempo sem tempo

Nesse ficar e ir, sem perto nem longe.

Nesse espaço sem coordenadas,

Onde o corpo se abandona

Às partidas e chegadas.

Fica …

Quanto de ti descansou em ti, até hoje?

Enquanto o pensamento voa

O mundo segue… corre aos ventos

Grita aos seculos as conquistas e derrotas

Enriquece, empobrece… passa fome… envelhece!

Mas tu, podes ficar…

Não te movas. Respira apenas!

Fica aí… em ti!




ana homem albergaria
11.05.2012

terça-feira, 6 de março de 2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sonho Real

















Afago quente no Outono da minha vida
Aconchegando o meu sonho mais real,
Trazias flores etéreas por abrir,
Fechadas em tuas mãos, para me dar.
O vento acalmou e assim ficaram,
Sem nunca o seu perfume me chegar.
De que jardim colheste essas flores?
Que coração, da terra as quis tirar?
Esperei eu uma semente de amor,
Que não existe.
Umas mãos abertas…
Nas quais vejo apenas
Um bouquet de flores fechado e triste.
Mas o sonho quis continuar…
Porque nele estavas lá.
E quando me chegava aos teus lábios
Bebia neles um desejo ardente
De te sentir ali, não mais ausente.
Mas mesmo antes do sonho terminar
Falaste-me, sem palavras, que não estavas.
E foste te afastando, estando ainda
Neste sonho que fui nada,
E tu o que sonhei, minha alvorada!
Não sabes quanto de ti ficou em mim.
Nem eu sei quanto te dei, ou recebi.
Sei agora que não fiquei nem parti.
Neste sonho mal sonhado, mal vivido
Fomos segundos no contínuo de uma vida…
Somente um beijo de reencontro e despedida!


ana homem de albergaria

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A COR AUSENTE




Já me misturei com tantas cores,
Nesta vida, tantas vezes!
O preto e o branco,
Nos invernos frios,
Acinzentados pela solidão
Que escorregava em gotas de orvalho,
Nos vidros gelados da minha janela.
Já me agarrei ao vermelho e ao amarelo,
Encarnando a força e a garra
Necessária a uma tourada,
De capa na mão com que cobri a dor alaranjada,
Na tentativa de matar a saudade,
De um tempo em que não restou nada!
Já subi pelo azul mais celeste
e pelo verde mais agreste,
Elevando-me em ilusões flutuantes,
Nuvens etéreas, neblinas de contos de fadas,
Lagos e príncipes, florestas encantadas!
Já misturei a cor magenta de um fim de tarde
Com o castanho dos meus olhos,
Num abraço á beira-mar , que nunca se sentiu,
Num regresso de “alguém”,
Que sonhado em mim
Nunca existiu!


Ana Homem de Abergaria

domingo, 15 de janeiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Olhos Mar













Havia um mar nos teus olhos
Onde eu navegava sem medo,
Segura de nós!
Sentia neles a brisa de um afago…
O sal da paixão...
De te saber onda
Que vinha beijar esta ilha
Inundada por ti…
Meu coração!


ana homem de albergaria

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012











Não sei se já chegaste
Ou se estás a chegar…
És como a minha história
Que não escrevi mas que acontece
Em cada dia, em mim!
Acordo para memórias que não tenho
E vivo-as contigo num sonho por realizar.
No caminho que faço sozinha
Encontro vida verde a brotar…
Há sempre um trilho que se descobre,
Quando se caminha Lado a lado
Com a promessa fresca de amanhecer
Num futuro de Amor, já semeado.
Não espero por ti… Já te encontrei!
Mas não sei se já chegaste
Ou se estás a chegar?!
Vens meu Amor?
Vais ficar?

Ana Homem de Albergaria