terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tu és a esperança

Tu és a esperança, a madrugada,
nasceste nas tardes de Setembro,
quando a luz é perfeita e mais doirada,
e há uma fonte crescendo no silêncio
da boca mais sombria e mais fechada.


Para ti criei palavras sem sentido
inventei brumas , lagos densos,
e deixei no ar braços suspensos
ao encontro da luz que anda comigo.


Tu és a esperança onde deponho
meus versos que não podem ser mais nada.
Esperança minha, onde meus olhos bebem,
fundo, como quem bebe a madrugada.



Eug. de Andrade.

1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Eugénio de Andrade tinha coisas maravilhosas.
Escrevia como quem se espraiava na paisagem.

Obrigada pela partilha.

Bjs
Maria Mamede