quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cemitério









Não é aqui que vos sinto,
Meus avós,
Meus pais,
Minha irmã…
Meus queridos …
Não é no meio da cera derretida
Que queima o ar com aroma de dor
Que vos espero encontrar.
Nem por entre as flores,
Que fazem deste jazigo um altar.
Não é com palavras douradas
Sobre uma mármore dura
Que vos quero falar…
Não estais aqui!
Neste lugar onde a terra pesa
Sob a noite fria,
E onde o portão de ferro alto
Acredita que vos limita o espaço.
E a vela pensa que vos alumia.
Estas flores não sabem
Que nasceram para morrer aqui…
Aqui tudo morre!
Aqui, onde nada vive
Para além do silêncio.
Não estais aqui…
Encontro-vos agora e sempre
No meu peito,
Gruta do amor por vós.
E na saudade doce
Que me alimenta a esperança
De vos abraçar de novo,
E quebrar este gélido silêncio
Com a nossa voz!


ana claudia albergaria
01 de Novembro de 2010

3 comentários:

Fernando Santos (Chana) disse...

Espectacular....
Cumprimentos

De Amor e de Terra disse...

Olá Ana Cláudia, boa tarde.
Gostei MUITO deste poema e sabes minha Amiga como concordo contigo!
Bjs.
M.M.

Helder Soares disse...

Já falamos algumas vezes sobre este tema, conseguiste descrever num poema Lindo todas as mensagens de que também concordo plenamente.

Bjs,

Helder