Letras esquecidas num pensamento
parado, forçam um equilíbrio ébrio, inconsequente. Olham o abismo de alto,
inseguras. Incapazes de se fazerem palavra. Nada sabem de ser com outro ser. Nada
sabem de ser mais que ser só. Nada sabem da razão de ser além de ser dor em
solidão. Mas agitam-se para se tocarem em instantes de intuitivo desejo,
efémera união. Atomizadas na sua inconsciência relacional, tornam-se inúteis.
Apenas se iludem num narcisismo burlesco, exorcizando toda a intencionalidade
de se agregarem em palavras saciadas de sentimentos. Nada sabem do fluido
vital. Nada sabem do poema.
ana
homem de albergaria
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