Espelho
meu
Doí em mim, como sádica.
Mordi os lábios antes de pronunciar
Qualquer sentido do impossível!
Mordi os lábios antes de pronunciar
Qualquer sentido do impossível!
Apertei tantas vezes as minhas mãos
A favor de uma vontade impaciente.
Acorrentei tantos passos,
Por medo de serem falsos.
Amordacei a palavra “amo-te”, a única que aprendi.
Procurei-me, como uma perdida,
Na neblina que anoitecia nos teus olhos.
Oh loucura pura! O teu olhar!
Espelho meu, espelho meu… onde nunca me vi!
Eu estive sempre aqui, nesta sôfrega quietude.
E a gritar por nós, como louca, ensurdeci!
Ana Homem de Albergaria
1 comentário:
Como pronunciar a impossibilidade?
Como escrever a dor?
Na ausência todo o reflexo se escurece
Bjo.
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